sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Itaporanguense sofre de uma enfermidade rara: ela acomete uma pessoa a cada um milhão

Os diagnósticos médicos não são animadores para o itaporanguense Cláudio Claudino de Lima, conhecido como Terremoto, de 30 anos, que passou metade da vida lutando contra um problema vertebral que o afeta desde a infância.

A deformidade óssea que paralisa e enrijece toda parte direita do seu corpo, especialmente braço, perna e estrutura cervical, é uma doença congênita e rara, atingido uma pessoa a cada um milhão, conforme o cirurgião ortopédico Jocemir Paulino, que examinou o paciente na tarde da terça-feira, 20, em um hospital traumatológico de João Pessoa.

Terremoto já havia passado por vários ortopedistas antes, inclusive um especialista em quadril, e todos atestaram a gravidade do problema e a pouca probabilidade de solução, mas o diagnóstico definitivo veio com o dr. Jocemir, que é um dos mais requisitados cirurgiões de coluna de João Pessoa. “Vocês vieram de tão longe em busca de uma boa notícia, mas não há o que se fazer neste caso, nem aqui e em nenhuma outra parte do mundo. Nenhuma cirurgia ou medicamento corrige o problema, ao contrário, agrava-o ainda mais”, enfatizou o especialista, que prescreveu alguns medicamentos para aliviar as dores do paciente e assinou um breve relatório sobre o caso: documento que pode embasar um pedido de aposentadoria por invalidez, mas como nunca contribuiu com a previdência, dificilmente ele conseguirá o benefício, mas já recebe um amparo assistencial do governo.

Mesmo que o problema de Terremoto tivesse sido diagnosticado em seu estágio inicial, ou seja, durante a infância do paciente, não haveria solução, “porque há 15 ou 20 anos, a medicina ainda não tinha recursos para tratar esse tipo de doença”, comentou dr. Jocemir. Para o encontro com o médico em João Pessoa, ele foi em uma ambulância do hospital de Itaporanga conseguida pela Gerência Regional do Orçamento Democrático Estadual, mas retornou de ônibus.

Com o corpo deformado, locomovendo-se com dificuldade e sem conseguir ficar ereto, em função da calcificação muscular, Terremoto, com o apoio da Fundação José Francisco de Sousa e dezenas de pessoas que contribuíram com a campanha financeira em prol do itaporanguense, buscava uma solução pelo menos paliativa, mas recebeu com resignação o relatório médico, porque já tinha consciência do peso da doença que carrega nas costas, embora nunca tenha perdido a esperança nem a motivação de viver.

Morando com mãe, que é deficiente visual, e com um irmão, no Alto das Neves, em Itaporanga, Terremoto tem um outro desejo na vida, este talvez menos complicado: rever o pai, que abandonou a familia quando ele ainda era criança. Também está nos seus planos um casamento e filhos.

Folha do vale

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Oleh